28/11/11

Início do Advento

Aconteceu mesmo.

 – O pai está? 
– Acho que não, respondeu o menino. Quem fala? 
– Diga-lhe que lhe telefonou o Jesus… 
- Ai tu és o Jesus? 
– Sou, sim…, disse o amigo do pai, um pouco intrigado com a pergunta do menino. 
– Olha, eu gosto muito de Ti! Todos cá em casa gostamos muito de Ti! Espera, eu vou chamar o meu irmão… É o Jesus, vem cá! 
– Ai tu és o Jesus? Eu também te amo!...
Do outro lado, só um nó na garganta, e resposta impossível. Do outro lado… 

Do outro lado, também o «Outro», o verdadeiro Jesus, ouvia, comovido, aquelas declarações de amor em silêncio. Valia a pena ter morrido por nós para ouvir as nossas declarações de amor, pois para ouvi-las é que morreu na Cruz. 

«Vem, Senhor Jesus!», põe-nos na boca a Liturgia da Igreja. Também nesta nossa Casa, todos gostamos muito de Jesus e aprendemos a gostar cada vez mais. Chama os teus irmãos, porque é Jesus quem chama e espera escutar a voz de cada um. 

«Vem, Senhor Jesus!» Nem sabemos bem o que pedimos; pedimos tudo; pedimos a felicidade actual e eterna. Estamos pedindo a bem-aventurança. E «quem só pede ao Senhor a bem-aventurança e só por ela anseia, pede com segurança e certeza, e não teme receber com ela qualquer dano, porque pede aquilo sem o qual de nada lhe serviria qualquer outra coisa que recebesse, orando como convém. Esta é a única verdadeira vida bem-aventurada: contemplar eternamente a bondade do Senhor, na imortalidade e incorruptibilidade de corpo e alma. Só por causa desta felicidade se buscam outros bens, só com esta finalidade se pede como convém. Quem alcançar a vida bem-aventurada terá tudo o que deseja e nela nada encontrará que não lhe convenha» (S.to Agostinho, «ad Probam»). 

O silêncio do Menino no seio de Maria, o silêncio do Menino no Presépio, como o silêncio de Jesus no Sacrário, é um silêncio expectante. «Vem, Senhor Jesus!», mostra-nos a tua face, mostra-nos o teu sorriso, mostra-nos o teu amor, e já nada nos inquietará. Basta-nos saber que nos amas para saber que nos perdoas e nos esperas no Céu. «Eu vos digo que tudo o que pedirdes na oração, crede que já o recebestes» (Mc 11, 24), responde-nos o Senhor. Pois, se já O recebemos pela fé e pela Sagrada Comunhão, penhor da vida eterna, de que mais precisamos que não esteja contido em Jesus?

P. Hugo de Azevedo

19/11/11

D. António Couto, novo Bispo de Lamego

Com data de hoje, o Santo Padre nomeou o Sr. D. António José da Rocha Couto como novo Bispo de Lamego, sucedendo, desta maneira, ao Sr. D. Jacinto Tomaz de Carvalho Botelho que, há cerca de um ano, tinha pedido a renúncia ao cargo, por ter atingido os 75 anos de idade.

O Sr. D. António Couto nasceu a 18 de Abril de 1952, em Vila Boa do Bispo, concelho de Marco de Canaveses.

A 2 de Outubro de 1963 entrou no Seminário de Tomar, da Sociedade Portuguesa das Missões Ultramarinas, hoje Sociedade Missionária da Boa Nova. Recebeu a ordenação sacerdotal em Cucujães, em 3 de Dezembro de 1980.

Os primeiros anos de sacerdócio foram vividos no Seminário de Tomar, acompanhando os alunos do 11.º e 12.º anos. No ano lectivo de 1981-1982 foi Professor de Religião e Moral Católica na Escola de Santa Maria do Olival, em Tomar. Em 1982 fez o curso de Capelães Militares, na Academia Militar, e foi nomeado capelão militar do Batalhão de Serviço de Material, do Entroncamento, e, pouco depois, também da Escola Prática de Engenharia, de Tancos.

Transferiu-se depois para Roma, para a Pontifícia Universidade Urbaniana, onde, em 1986, obteve a licenciatura canónica em Teologia Bíblica. Na mesma Universidade obteve, em 1989, o respectivo Doutoramento, depois da permanência de cerca de um ano em Jerusalém, no Studium Biblicum Franciscanum.

No ano lectivo de 1989-1990 foi professor de Sagrada Escritura no Seminário Maior de Luanda. Regressou então a Portugal, e foi colocado no Seminário da Boa Nova, de Valadares, com o encargo da formação dos estudantes de teologia. É professor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, núcleo do Porto, desde o ano lectivo de 1990-1991.

De 1996 a 2002 foi Reitor do Seminário do Seminário da Boa Nova, de Valadares. Foi também Vigário Geral da Sociedade Missionária da Boa Nova de 1999 a 2002, ano em que foi eleito Superior Geral da mesma Sociedade Missionária da Boa Nova, cargo que ocupou até à data da sua Ordenação Episcopal, em 23 de Setembro de 2007.

A SMBN é composta por sacerdotes diocesanos e leigos que se consagram à evangelização. Surgida em Portugal em 1930, dedica-se à evangelização ad gentes em Moçambique (desde 1937), Angola (desde 1970), Brasil (desde 1970), Zâmbia (desde 1980) e Japão (desde 1998).
Em 2004, João Paulo II nomeou o novo Bispo de Lamego como membro da Congregação para a Evangelização dos Povos.

D. António Couto é colaborador do Programa ECCLESIA (RTP2), da Igreja Católica, tendo colaborado regularmente desde 2003, na sua qualidade de biblista.

É autor dos seguintes livros: Até um dia (poemas) 1987; Raízes histórico-culturais da Vila Boa do Bispo (1988); A Aliança do Sinai como núcleo lógico-teológico central do Antigo Testamento (tese de doutoramento), 1990; Como uma dádiva. Caminhos de antropologia bíblica, 2002 (2.ª edição revista em 2005); Pentateuco. Caminho da vida agraciada, 2003 (2.ª edição revista, 2005). E também autor de inúmeros artigos em enciclopédias, colectâneas e revistas.

Na última Reunião Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa, foi eleito Presidente da Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização.

Ao Sr. D. Jacinto Botelho, toda a Diocese está grata pelo seu incansável ministério ao longo de todos os anos em que esteve à frente dos destinos desta porção do Povo de Deus.

Damos também as boas vindas ao Sr. D. António Couto, na certeza que, desde já, rezamos pela sua pessoa e intenções.